Vocês sabem o que é Síndrome Metabólica??Será que vocês se encaixam nos critérios??
Bom, tudo começa com a Obesidade e como ela é iniciada e mantida.
Há três componentes primários no sistema neuroendócrino envolvidos com a obesidade: o sistema aferente, que envolve a leptina e outros sinais de saciedade e de apetite de curto prazo; a unidade de processamento do sistema nervoso central; e o , um complexo de apetite, saciedade, efetores autonômicos e termogênicos, que leva ao estoque energético.
Pode-se alterar o balanço energético por aumento do consumo calórico, pela diminuição do gasto energético ou por ambos. Pode-se avaliar o consumo calórico por meio do hábito alimentar, usando diários alimentares ou listas de checagem de alimentos, mas a interpretação das informações precisa ser cuidadosamente analisada em razão de subestimação regular. Determina-se o gasto energético diário pela taxa metabólica basal (60% a 70%), pelo efeito térmico dos alimentos (10%) e pelo gasto de energia com atividade física.
Atividade física é o mais importante componente variável, representando cerca de 20% a 30% do gasto energético total em adultos.
Descreve-se hiperatividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e seu progressivo desequilíbrio associa-se a maior acúmulo de gordura visceral.
O grau I de obesidade engloba indivíduos com IMC entre 30 e 34,9 kg/m2. Chama-se de obesidade grau II o IMC entre 35 e 39,9 kg/m2 e grau III, o IMC igual ou superior a 40 kg/m.
Alguns medicamentos são usados para ajudar a controlar e perder peso, porém não citarei nenhum deles aqui. E também porque não são efetivos a longo prazo,causando mais danos do que benefícios.
O US National Institutes of Health, na sua diretriz de 1998, avaliou 86 estudos controlados e randomizados sobre a efetividade de vários tipos de diferentes dietas até 1997. Vinte e cinco desses estudos tinham acompanhamento de pelo menos um ano. As conclusões dessa avaliaçã e de outras revisões da British Nutrition Foundation, da American Association of Clinical Endocrinologists e do Scottish Intercollegiate Guidelines Network sugerem o seguinte, em relação à dieta e à perda de peso, assumindo-se que o gasto energético não muda:
• Uma dieta planejada individualmente para criar um déficit de 500 a 1.000 kcal deveria ser parte integrante de qualquer programa de perda de peso que objetive diminuição de 0,5 a 1 kg por semana.
• Dietas de baixas calorias, com 1.000 a 1.200 kcal por dia, reduzem em média 8% do peso corporal, em três a seis meses, com diminuição de gordura abdominal. Estudos de longo prazo mostram perda média de 4% em três a cinco anos.
• Dietas de baixíssimas calorias, com 400 a 800 kcal por dia, produzem perda de peso maior em curto prazo, em comparação às dietas de baixas calorias. Entretanto, em longo prazo, no período de um ano, a perda de peso é similar.
A síndrome metabólica (SM), também chamada de síndrome X ou síndrome de resistência à insulina, é caracterizada pela associação variável de fatores de risco cardiovasculares como resistência a insulina, obesidade visceral, central ou androgênica, dislipidemia aterogênica e hipertensão arterial sistêmica (HAS), permitindo, assim, identificar pacientes com alto risco de desenvolver doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA) e diabetes melito tipo 2. Mesmo entre os indivíduos com peso corpóreo dentro da faixa da normalidade, a obesidade central pode elevar o risco de HAS, diabetes melito, aterosclerose, elevação de citocinas inflamatórias (interleucina-6 e fator de necrose tumoral alfa) e de hormônios do tecido adiposo (lipase, estrogênio, adiponectina e insulina) e, entre as mulheres, o de câncer de mama.
A associação da síndrome metabólica com doença cardiovascular aumenta a mortalidade geral em 1,5 vez e a mortalidade cardiovascular em 2,5 vezes.
Tabela 5: Recomendações para o tratamento da síndrome metabólica (SM)
Componente da SM | Valor de corte | Objetivo | Recomendações | Observações |
Hipertensão arterial | 130/85 mmHg | < 130/80 mmHg | Tratamento não farmacológico Tratamento farmacológico: 1) IECA ou BRA 2) ACC ou betabloqueador com propriedade vasodilatadora | Tiazídicos devem ser evitados como monoterapia ou em alta dose Betabloqueadores devem ser evitados se não houver indicação precisa |
Dislipidemia | TG > 150 mg/dL Homens: HDL < 40 Mulheres: HDL < 50 | LDL < 75 mg/dL | Tratamento não farmacológico Estatinas isoladas ou com ezetimibe Fibratos outros que genfibrozil em combinação com estatinas | |
Alteração da glicemia de jejum | > 110 mg/dL | < 100 mg/dL | Tratamento não-farmacológico 1) Glitazonas 2) Metformina | GTT deve ser realizado com a glicemia de jejum > 100 mg/dL |
Hipercoagulabilidade | Em pacientes com alto risco ou com creatinina > 1,4 mg/dL | Antiagregante plaquetário | AAS | Evitar se a PA não está sob controle |
AAS: ácido acetilsalicílico; ACC: antagonista dos canais de cálcio; BRA: bloqueador do receptor da angiotensina; GTT: teste de tolerância à glicose; HDL: lipoproteínas de alta densidade; IECA: inibidor da enzima de conversão da angiotensina; LDL: lipoproteína de baixa densidade; SM: síndrome metabólica; TG: triglicerídios.
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